Em 12 estados brasileiros há menos CLT do que membros do Bolsa Família

O Brasil enfrenta um cenário preocupante, onde 12 dos 27 estados têm mais beneficiários do Bolsa Família do que trabalhadores com carteira assinada. Esta situação, que exclui o setor público, revela uma dependência significativa de programas assistenciais, apesar do crescimento do emprego formal nos últimos meses.

Desde o início de 2023, a proporção de beneficiários do Bolsa Família em relação a empregos formais caiu de quase 50% para 44%. Essa mudança é reflexo de uma expansão no mercado de trabalho, que começou a se intensificar com a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O Maranhão se destaca como o estado mais dependente do programa, com 1,2 milhão de famílias recebendo o Bolsa Família, enquanto há apenas 659 mil empregos com carteira assinada. Em contrapartida, Santa Catarina apresenta a menor dependência, com 10 trabalhadores formais para cada beneficiário do programa.

A análise dos dados indica que, antes da pandemia, o número de estados nessa condição era de apenas 8, subindo para 12 em 2024. O Rio Grande do Norte, que recentemente passou a ter mais carteiras assinadas do que benefícios, se tornou o único estado do Nordeste a inverter essa situação.

O crescimento do Bolsa Família, que aumentou para 21,6 milhões de beneficiários em 2022, coincide com uma migração de trabalhadores para o mercado informal. Essa mudança traz à tona um debate entre economistas sobre o impacto dos programas assistenciais no mercado de trabalho, com alguns estudos sugerindo que um aumento dos benefícios pode desincentivar a busca por empregos formais.

O cenário destaca a necessidade urgente de políticas que promovam não apenas a assistência social, mas também a inclusão no mercado de trabalho.

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